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Será que “estamos” mesmo com os nossos filhos?

Usamos muito a expressão dedicar tempo aos nossos filhos, como se se tratasse de mais uma tarefa diária, como um compromisso.

A verdade é que são poucas as vezes que “estamos” verdadeiramente com eles.

E como mãe falo, a nossa vida entra num espiral de rotinas e de ações a cumprir que esquecemos , na maior parte da vezes, aquilo que realmente importa, a essência da vida.

Sei que pode parecer demasiado espiritual ou utópico mas se pensarmos bem, não é.

Precisamos trabalhar para viver, é certo, mas há um denominador comum a todos nós que não controlamos: o tempo. E esse, não dá descontos, não dá extras, continua sempre, não dá segundas oportunidades.

Mas e viver o momento?

Aquilo que deveria ser normal em nós, não é. Os melhores momentos são programas e têm data marcada em eventos de família ou amigos, nas férias ou num almoço.

Por mais que pareça absurdo, a verdade é que a felicidade e a essência da vida está nas coisas simples e temos de treinar e disciplinar a nossa mente para isso.

Dentro das rotinas do nosso dia, tem de haver tempo para parar, para separar as tarefas e soltar as amarras para nos darmos aos outros e àquilo que nos faz feliz.

Parece simples?

Mas não é.

Isto serve para qualquer momento ou situação da nossa vida.

Mas neste texto quero focar-me nos filhos pequenos. O fator tempo na nossa relação com eles é um verdadeiro ceifeiro. Ele não nos ajudar, e passa a voar.

Aproveita cada minuto possível com os teus filhos.

Está com eles de verdade. Ouve o que estão a dizer, brinca, brinca muito com eles.

Dá mimo, dá colo, vai passear (a roupa para passar a ferro ou aquele email que tens de mandar pode esperar) .

Não deixes que o arrependimento domine o teu coração daqui a uns tempos.

Nós mudamos

Até há uns anos, eu temia esquecer-me do que já vivi (sou muito nostálgica) , do que já fui, por onde andei, mas a verdade, é que essa experiência e memórias vivem em mim e fazem de mim o que sou hoje.

Logo depois de ser mãe passei a pensar mais no futuro , como será, como fazer, como garantir, como proteger, etc.

Mas o tempo foi passando e com as minhas filhas aprendi que o importante mesmo é o presente. Prepará-las sim, educá-las sim mas, acima de tudo, “estar” com elas , “estar ” para elas” .

Num piscar de olhos elas saíram da minha barriga e saltaram para o meu colo e num outro piscar de olhos, já andam sozinhas, já se vestem sozinhas e , por vezes , já não querem a minha mão.

Crescem. Mudam. Ganham o seu espaço.

Eu vou sempre ter saudades das minhas bebés, mas quero viver com a certeza de que vivi ao máximo com elas e que estamos realmente juntas.

Também eu precisei mudar a minha forma de ver e viver o meu dia.

Aprendi e fui criando mecanismos mentais e físicos que me ajudam a fomentar (da forma natural) os meus laços.

É nesta vivência pessoal que me inspirei para criar alguns dos meus produtos, como por exemplo os Cartões 31 dias, 31 missões – Entre pais e filhos.

Aqui sumariei 31 atividades muito simples que, acredita, feitas com o coração e com a nossa real presença de corpo e alma, nos ajudam a viver momentos de ligação e felicidade e a criar memórias que ficam, para eles e para nós.

Os nossos medos

A minha filha mais velha tem 6 anos e já está no 1º ano.

A entrada numa nova escola e num novo formato trouxe -me o medo do desconhecido. Crianças novas, adultos novos, rotinas novas.

Eu sempre acreditei que o diálogo é o mais importante e que pode fazer a diferença quando falamos em saber o que se passa com os nossos filhos.

Num mundo cheiro de perigos, a falta de informação e comunicação é o que mais nos assusta enquanto pais e eles nem sempre querem falar.

Então temos de tentar por meios mais discretos e que , sem o saberem estão a dar-nos a informação que necessitamos.

Neste sentido criei o Bloco das Emoções – O teu dia – onde coloco um conjunto de questões muito simples que faço, às vezes, num final de dia com a minha filha.

Ela acha giro, faço-a pensar no seu dia e respondendo às questões, consigo aperceber-me de algumas coisas.

Nesta fase , como já começa a saber ler e a escrever já gosta de ser ela a preencher.

Encara como um jogo. E, assim, de uma forma simplista, temos um pequeno momento a duas e também consigo perceber como foi o seu dia.

O tempo e a ligação são fundamentais

A interação entre pais e filhos é determinante para estabelecer qual o tipo de relação será construída entre ambos.

Pais que mantém um diálogo de afeto, carinho e atenção irão construir uma relação bem mais saudável do que as famílias nas quais as interações entre crianças e adultos se limitam aos castigos ou às tarefas do dia a dia.

É no ambiente familiar que os nossos filhos aprendem, com interatividade e com exemplos. É fundamental que pais e filhos mantenham uma relação saudável e coerente.

O diálogo e a ligação forte irão contribuir para que se tornem adultos mais tolerantes e com uma melhor facilidade em defender as suas próprias visões e gerir melhor as suas frustrações.

Por isso, não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.

O tempo não pára.

Não coloques o teu filho em segundo plano.

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Juca, a laranjeira que queria crescer e voar

Uma história para crianças mas que todos os adultos deviam ler.

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